Ações | ARCP e IASB participam de treinamentos de plantio com a técnica “muvuca”

Publicado em 27 de Janeiro de 2023

Durante quatro dias neste mês de janeiro, a Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia do Guariroba (ARCP Guariroba) e o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB) participaram de cursos teóricos e práticos de “muvuca”, técnica de plantio onde sementes de várias espécies nativas e adubação verde são misturadas e plantadas diretamente no solo. O curso foi ministrado pela empresa VerdeNovo Sementes Nativas, contratada pelo WWF-Brasil e pela Tapestry Foundation.

No Cerrado, a muvuca é uma técnica que tem se mostrado promissora para a recuperação de áreas degradadas e nascentes. No processo de muvuca, as sementes são misturadas e lançadas no solo manualmente ou com ajuda de tratores. Tudo isso para chegar o mais próximo possível da vegetação original.

Para aplicar essa técnica de forma eficaz, o WWF-Brasil e a Tapestry Foundation contrataram a VerdeNovo Sementes Nativas para realizar dois cursos teóricos e práticos de muvuca, em parceria com as instituições locais: a ARCP e o IASB. Um deles aconteceu em Bonito e outro na Área de Proteção Ambiental (APA) do córrego Guariroba, em Mato Grosso do Sul. Mais de 40 pessoas participaram e 2,5 hectares de área foram plantados com semeadura direta.

“Semente é vida. É o começo de tudo, é o que faz brotar esperança, o verde e a vida na Terra. E nos ajuda com o ciclo da água. Esse processo da muvuca nos ajuda a replicar o que a natureza já faz naturalmente para recompor aquilo que foi perdido”, afirma o presidente da ARCP, Claudinei Menezes Pecois.

Durante os quatro dias de curso, os participantes das oficinas aprenderam como escolher as sementes mais adequadas e a colocar a mão na terra para preparar a muvuca. Uma seleção bem-feita é fundamental para garantir diversidade de espécies e a inclusão das mais apropriadas para cada região a ser restaurada.

O processo da restauração vai da coleta, manuseio e armazenamento ao transporte. “Muvuca vai muito além de misturar sementes e jogar no solo. Muvuca precisa conversar, dialogar e abrir possibilidades de conexões. E, aqui, trazemos isso como uma fonte de vivência para conectar pessoas com áreas e restaurar processos”, explica Bárbara Pacheco, CEO da VerdeNovo.

Além da possibilidade de geração de trabalho e renda, a muvuca também é uma forma de plantio mais barata do que as outras. “A Bacia do Guariroba é uma região com baixa aptidão para a regeneração natural, ou seja: precisamos da intervenção humana e do uso de técnicas adequadas para recuperar os ambientes”, salienta Veronica Maioli, especialista em Conservação do WWF-Brasil. “Investimos na muvuca porque é uma alternativa capaz de ampliar a escala da restauração e, ao mesmo tempo, tem potencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas que atuam em toda a cadeia”.

A cadeia da restauração vai desde a coleta e beneficiamento de sementes, passando pelas pessoas que trabalham em viveiros, quando há plantio com mudas, até chegar aos implementadores. As sementes, em geral, são compradas diretamente dos coletores, em sua maioria mulheres que são arrimos de família. “A muvuca engaja as comunidades que estão na ponta porque elas conseguem também obter renda extra com a venda das sementes. Estamos falando de populações como de assentados, quilombolas, comunidades rurais e povos indígenas”, acrescenta Veronica.

Ivani Pereira dos Santos, restauradora florestal da ARCP, reforça que a muvuca viabiliza acelerar a recuperação de ecossistemas. “Me impressionou a velocidade com que essa técnica pode ser aplicada. Poderemos restaurar mais áreas em menos tempo”, destaca Ivani.

O fortalecimento e a ampliação dos conhecimentos técnicos sobre restauração são fundamentais para criar as condições necessárias para a reabilitação das cabeceiras do Pantanal, uma área prioritária para o WWF-Brasil. Por isso, a organização vem investindo em diversas atividades na região, como em um treinamento de coleta de sementes, realizado em outubro de 2022, em Nioaque, também em Mato Grosso do Sul.

Restauração

A restauração da paisagem das cabeceiras do Pantanal é fundamental para a manutenção e o aumento da disponibilidade de água na região e para a melhoria de diversos outros serviços ecossistêmicos, como a qualidade do ar e do solo. Consequentemente, também é essencial para a qualidade de vida de milhares de pessoas que ali residem. Já que a maior parte da paisagem está inserida no bioma do Cerrado, que tem sofrido com desmatamento causado principalmente pelo avanço descontrolado da soja nos últimos tempos.

Com informações do site WWF-Brasil




ARCP e IASB participam de treinamentos de plantio com a técnica “muvuca” Associação de Restauração, Conservação e Preservação de produtores de água da Bacia do Guariroba.
Author:
Logomarca ARCP Guariroba
ARCP Guariroba
Durante quatro dias neste mês de janeiro, a Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia do Guariroba (ARCP Guariroba) e o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB) participaram de cursos teóricos e práticos de “muvuca”, técnica de plantio onde sementes de várias espécies nativas e adubação verde são misturadas e plantadas diretamente no solo. O curso foi ministrado pela empresa VerdeNovo Sementes Nativas, contratada pelo WWF-Brasil e pela Tapestry Foundation.

No Cerrado, a muvuca é uma técnica que tem se mostrado promissora para a recuperação de áreas degradadas e nascentes. No processo de muvuca, as sementes são misturadas e lançadas no solo manualmente ou com ajuda de tratores. Tudo isso para chegar o mais próximo possível da vegetação original.

Para aplicar essa técnica de forma eficaz, o WWF-Brasil e a Tapestry Foundation contrataram a VerdeNovo Sementes Nativas para realizar dois cursos teóricos e práticos de muvuca, em parceria com as instituições locais: a ARCP e o IASB. Um deles aconteceu em Bonito e outro na Área de Proteção Ambiental (APA) do córrego Guariroba, em Mato Grosso do Sul. Mais de 40 pessoas participaram e 2,5 hectares de área foram plantados com semeadura direta.

“Semente é vida. É o começo de tudo, é o que faz brotar esperança, o verde e a vida na Terra. E nos ajuda com o ciclo da água. Esse processo da muvuca nos ajuda a replicar o que a natureza já faz naturalmente para recompor aquilo que foi perdido”, afirma o presidente da ARCP, Claudinei Menezes Pecois.

Durante os quatro dias de curso, os participantes das oficinas aprenderam como escolher as sementes mais adequadas e a colocar a mão na terra para preparar a muvuca. Uma seleção bem-feita é fundamental para garantir diversidade de espécies e a inclusão das mais apropriadas para cada região a ser restaurada.

O processo da restauração vai da coleta, manuseio e armazenamento ao transporte. “Muvuca vai muito além de misturar sementes e jogar no solo. Muvuca precisa conversar, dialogar e abrir possibilidades de conexões. E, aqui, trazemos isso como uma fonte de vivência para conectar pessoas com áreas e restaurar processos”, explica Bárbara Pacheco, CEO da VerdeNovo.

Além da possibilidade de geração de trabalho e renda, a muvuca também é uma forma de plantio mais barata do que as outras. “A Bacia do Guariroba é uma região com baixa aptidão para a regeneração natural, ou seja: precisamos da intervenção humana e do uso de técnicas adequadas para recuperar os ambientes”, salienta Veronica Maioli, especialista em Conservação do WWF-Brasil. “Investimos na muvuca porque é uma alternativa capaz de ampliar a escala da restauração e, ao mesmo tempo, tem potencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas que atuam em toda a cadeia”.

A cadeia da restauração vai desde a coleta e beneficiamento de sementes, passando pelas pessoas que trabalham em viveiros, quando há plantio com mudas, até chegar aos implementadores. As sementes, em geral, são compradas diretamente dos coletores, em sua maioria mulheres que são arrimos de família. “A muvuca engaja as comunidades que estão na ponta porque elas conseguem também obter renda extra com a venda das sementes. Estamos falando de populações como de assentados, quilombolas, comunidades rurais e povos indígenas”, acrescenta Veronica.

Ivani Pereira dos Santos, restauradora florestal da ARCP, reforça que a muvuca viabiliza acelerar a recuperação de ecossistemas. “Me impressionou a velocidade com que essa técnica pode ser aplicada. Poderemos restaurar mais áreas em menos tempo”, destaca Ivani.

O fortalecimento e a ampliação dos conhecimentos técnicos sobre restauração são fundamentais para criar as condições necessárias para a reabilitação das cabeceiras do Pantanal, uma área prioritária para o WWF-Brasil. Por isso, a organização vem investindo em diversas atividades na região, como em um treinamento de coleta de sementes, realizado em outubro de 2022, em Nioaque, também em Mato Grosso do Sul.

Restauração

A restauração da paisagem das cabeceiras do Pantanal é fundamental para a manutenção e o aumento da disponibilidade de água na região e para a melhoria de diversos outros serviços ecossistêmicos, como a qualidade do ar e do solo. Consequentemente, também é essencial para a qualidade de vida de milhares de pessoas que ali residem. Já que a maior parte da paisagem está inserida no bioma do Cerrado, que tem sofrido com desmatamento causado principalmente pelo avanço descontrolado da soja nos últimos tempos.

Com informações do site WWF-Brasil